quinta-feira, 7 de maio de 2009

A exclusão social e a insegurança dos cidadãos

Quando pensamos na sociadade sem classes que Marx defendeu no seculo XIX, vemos agora que não passa de uma mera utopia, nomeadamente para Portugal. Por exemplo, se formos perguntar a uma pessoa que more em Cascais se se preocupa com a deliquência, a exclusão e a insegurança, de certeza que dir-nos-iam, na hora que sim e que (provavelmente) até contribuiam para uma ou outra instituição que apoiasse este tipo de causa.
Não basta pensarmos que a exclusão social é fruto do não trabalho que muitos não fazem ou porque não sabem ou porque, simplesmente, não estão para fazê-lo, mas emerge de um clima que há muito se instalou em cada um de nós e que se chama de egoísmo. Este sentimento, na minha opinião foi aquele que mais se desbaratou nos últimos tempos principalmente com a introdução das novas tecnologias no quotidiano, conseguindo, desta forma, aumentar o sentimento de exclusão social.
Outra das razões que leva à exclusão social é outra situação que a própria sociedade criou: aqueles que têm poucos recursos económico-financeiros são, gradualmente, afastados de determinados locais e, por pura teimosia ou por razões estritamente económicas e culturais não se promovem, criando, deste modo, subgrupos dentro de uma comunidade; num plano curto estes subgrupos traduzem-se em locais de segregação espacial e étnica que geram vários tipos de marginalidade, contribuindo para o aumento do sentimento de insegurança de cada cidadão.
Era de esperar que pessoas tão instuídas e ilustres que ocupam altos cargos com alguma influência política fizessem algo por esta situação; porém, este cenário não é o que realmente acontece, pois é muito melhor para a sociedade que uns se tornem mais incapacidades em termos económicos e sociais e outros se tornem mais iguais em recursos económico-financeiros.
Desta forma, não é de admirar que cada vez que se fala por exemplo no bairro da Cova da Moura ou em Chelas (nomeadamente zona J) toda a gente fica horrorizada e aterrada de medo, quando na verdade seria muito mais civilizado e humano atender às dificuldades de cada para, assim, tentar criar uma sociedade muito menos elitísta e muito mais igualitária (sem ter medo de passar por exemplo no Chicau ou na Zona J).
Como nada do que eu disse se verifica na realidade, apenas temos de esperar que alguma "alminha carinhosa" se lembre que "todos nascem e são iguais em direitos" pelo que esta espécie de sociedade em que vivemos não passa de uma "coroa de espinhos" para alguns que por cá passam.

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