segunda-feira, 25 de maio de 2009

A exclusão social e a insegurança dos cidadãos

As respostas do Estado têm repercussões no
reforço e no exacerbamento da exclusão da sociedade civil e do mercado. As mudanças
estão fundadas no mercado, mas seus impactos são mediados por como elas são
experimentadas pelos atores humanos.
O problema da exclusão social se apresenta multidimensionalmente: ele pode
envolver não somente a exclusão econômica, mas também política e espacial, bem como a
falta de acesso a bens específicos, tais como informação, saúde, habitação, segurança etc –
dimensões que se inter-relacionam e reforçam umas às outras. Acima de tudo, elas
envolvem exclusão com respeito a âmbitos “normais” de participação “completa” de
cidadania. Além disso, é um problema cuja origem não é individual (como querem fazer
acreditar as chamadas teorias liberais ou ortodoxas, que vêem a marginalidade como um
problema de indivíduos vistos isoladamente como disfuncionais), mas social; não é um
problema local, mas tem origem global. É função do impacto das rápidas mudanças no
mercado de trabalho, do declínio das indústrias manufatureiras, do aumento de um setor de
serviço mais fragmentado, da criação do desemprego estrutural. É global, portanto, em
suas causas, mas local em seu impacto.

Sem comentários: