sábado, 7 de junho de 2008

Declínio da pesca a nível mundial

Vamos abordar a questão do declínio por este lado: a população mundial aumenta cada vez mais. A consequência imediata deste facto é a necessidade de mais alimento para um mundo em crescimento. Por agora vamos ignorar os outros sectores de produção e/ou fornecimento de géneros alimentares e apenas concentrarmo-nos no sector das pescas. A solução para alimentar mais pessoas passaria por pescar mais, mas a situação não é assim tão simples. O que se passa é que o aumento populacional leva a maiores necessidades energéticas que resultam em mais e mais poluição. Como já vimos, a poluição, genericamente falando, afecta a qualidade do ar, os estados climáticos, ecossistemas terrestres e, obviamente, ecossistemas marinhos. Como a crescente população mundial continua a poluir, as diversas espécies aquáticas, inclusive as que consumimos, sofrem com isso e assistem à alteração dos seus habitats. As espécies ressentem-se, seguem-se dificuldades na manutenção das mesmas e é aí que organismos como a União Europeia tomam medidas como a aplicação das chamadas quotas de pesca. A quantidade de pescado torna-se limitada por imposições que visam o impedimento da sua extinção. Contudo, essas mesmas quotas limitam também a sobre-captura de pescado que seria necessária para responder às necessidades alimentícias da crescente população. Assim, por todo o mundo, limita-se o que se pode pescar e obriga-se assim os países a importar o que o mar lhes recusa. Isso gera desequilíbrios a nível económico e gasta-se onde antes se podia poupar e, por exemplo, investir no sector. Este vai ficando mais instável, com o tempo menos produtivo, junta-se um aumentozinho no barril de petróleo, tudo sobe, até o combustível. Fica tudo gradualmente mais caro e pescar também já não é uma carreira de sonho... A pesca não está arruinada, mas não se pode pescar tudo o que nos aparece pela frente. As quotas de pesca não bastam, tem que se ter atenção ás espécies que se capturam e por vezes isso não se verifica. Tem que se praticar uma pesca bastante selectiva, sobretudo nos dias que correm, para que existam condições para a sobrevivência das espécies que realmente se comercializam.
A aquicultura apresenta-se como uma solução, mas também ela polui quando praticada sem cuidados nos tratamentos de residuos. Será então uma solução a médio-longo prazo? Esperemos que sim.
Estamos perante um assustador ciclo vicioso em que se precisa de matar a fome ao mundo e este continua a matar o seu próprio alimento.

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