segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

O Despovoamento do Interior do País

Nas últimas décadas em Portugal tem-se verificado um fenómeno muito interessante. Enquanto que o litoral está cada vez mais povoado, o interior torna-se mais e mais desertificado.

Com o litoral a oferecer muito mais oportunidades a todos os níveis, o interior fica cada vez mais sinónimo de atraso e estagnação tecnológica e social, bem como quem lá vive, para além de ser, em geral, uma população idosa, que se torna cada vez menor à medida que vão morrendo, é também rotulado como ignorante, antiquado e pacóvio.

Desta forma, o interior, tanto a nível real como preconceituoso, torna-se cada vez menos atractivo para a população adulta e jovem, e apenas os mais idosos continuam fiéis à “santa terrinha”.

É importante notar que mais do que o interior tornar-se cada vez menos atractivo o litoral se torna muito mais. Isto porque, para além de uma melhor oferta de emprego (quer dizer, poucos são os empregos que se pode ter no interior), e de melhores condições dos serviços sociais (no litoral não se vêem os Hospitais a fechar…), das escolas (que também não fecham! Quanto muito estão sobrelotadas…) e dos transportes públicos e estradas que facilitam a comunicação entre os vários pontos da cidade. Outra grande vantagem do litoral é de facto os centros de lazer, digam o que quiserem, para mim esta é a melhor vantagem! No interior, salvo algumas cidades, quando há cinema apenas tem um filme de cada vez, e isso é quando não fica a quilómetros de distância! As bibliotecas são raras, o centros comerciais inexistentes, e centros de actividades quando os há são, por regra geral, aborrecidos. Não admira que os jovens não queiram nem ir passar as férias à terra dos pais ou dos avós.

No entanto também há que destacar algumas vantagens do interior. A vida na cidade é desgastante e, se calhar, até perigosa. No “campo” leva-se uma vida muito mais calma e relaxada, ouve-se os passarinhos cantar e mais importante de tudo, respira-se um ar muito mais puro! Sem carros constantemente a poluir ou a buzinar ou miúdos a passar-nos disparados à frente semi-atropelando-nos com os seus novos patins, o interior proporciona-nos uma vida mais saudável e menos stressante, com a única desvantagem das moscas (e restantes compinchas insectos) e ocasionalmente o terrível cheiro do gado.

Na minha opinião prefiro morrer de ataque cardíaco aos 55 na cidade, a morrer com 160 anos no meio do nada sem ter acesso a cinemas, centros, concertos e tudo o mais, decentes! Mas isso é a minha opinião (apesar de ter a ligeira impressão de que esta é partilhada pela maior parte da população…) e quem quer que seja que se queira mudar parta o interior tem o meu total apoio (mais espaço fica no litoral!).
Já agora, como algumas pessoas parecem ver esta litoralização como um problema eis algumas coisas que poderiam, eventualmente ajudar: investir em fábricas e empresas no interior; promover as “maravilhas” do interior; parar de fechar as escolas e os hospitais do interior (se bem que, visto que de momento não há nem alunos nem paciente assim tão necessitados); construir melhores vias de comunicação entre as grandes cidades e o interior, etc, etc.

1 comentário:

Rita disse...

Para além de mal escrito, este é o artigo mais idiota que já li.