sábado, 4 de abril de 2009

A degradação habitacional dos centros históricos

Os centros históricos das cidades encontram, hoje em dia, um grande desafio: a degradação. Cada vez menos pessoas se instalam nestas zonas, deixando-as ao comércio, à habitação por grupos sociais desfavorecidos (idosos, imigrantes ilegais, …) e, muitas vezes, ao abandono. De facto só estes grupos conseguem manter residência no centro – os idosos por terem direito à manutenção de rendas antigas e os imigrantes ilegais porque são, no fim de contas, ilegais. Se resto a renda locativa tornar-se-ia demasiado alto para que uma família se pudesse aí instalar – apenas negócios com uma larga margem de lucro conseguem sustentar não só a renda como os custos de manutenção.

Assim, à excepção das manutenções levadas a cabo pelos negócios aí instalados, a área habitacional dos centros históricos vêem-se à mercê de senhorios que lucram mais em deixar o prédio ruir do que em melhorá-lo, já que os seus inquilinos pagam rendas quase simbólicas, o que leva a que os canos estejam constantemente entupidos, as paredes e tectos com infiltrações, a madeira do chão podre, as infra-estruturas roídas pelo tempo, a tinta descascada, a fachada coberta por graffitis, etc, sem que ninguém queira ou possa melhorar estes problemas todos.

Apenas através de ajudas do estado e incentivos (talvez fiscais) a famílias jovens para que se instalassem aí, ao invés de deixar a manutenção desta área na mão de negócios ou esporádicos empreendimentos de apartamentos de luxo. É que quanto mais esta área deixa de ter função habitacional, mais deserta fica à noite – criando insegurança e desaproveitando as potencialidades desta área para actividades de lazer ou comerciais mais banais.

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