terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

a valorização da radiação solar

Um dos sistemas solares de captação passiva mais utilizado é a chamada "Parede de Trombe", desenvolvida em França por Félix Trombe. Esta parede, que é basicamente uma diminuta "estufa", é constituída por um vidro exterior orientado a Sul, uma caixa-de-ar e um muro de grande inércia térmica, (normalmente em betão, pedra, ou tijolo maciço). A função do conjunto é a captação e acumulação da energia captada pela irradiação solar. O seu funcionamento é o seguinte: A radiação solar de onda curta atravessa o vidro e aquece o muro, produzindo-se o chamado "efeito de estufa". Quando a radiação de onda larga emitida pelo muro não pode voltar a atravessar o vidro, aquece o ar que há na caixa-de-ar e assim o muro vai acumulando calor que, sem outra alternativa, liberta-o para o interior da habitação. Melhor dizendo: O efeito directo da parede de Trombe coincide com os momentos de incidência da radiação solar, que acaba no momento em que a radiação deixa de aquecer o ar da dita caixa-de-ar. É nesta fase que importa frisar a necessidade da inércia térmica do muro. Quando recebe radiação solar o muro vai acumulando energia que, ao fim de um certo tempo, acaba por atravessar o muro e aflorar no interior do edifício, aquecendo-o por convecção e transmissão, pelo que gera, devida à inércia térmica, um retardo na transmissão e uma amortização na oscilação das temperaturas. Para optimizar este duplo funcionamento da parede de Trombe, convém dimensionar o muro para que este segundo fenómeno se inicie precisamente ao findar o primeiro, isto é ao cair da noite: assim, dado que a energia começa a atravessar o muro no momento em que começa a receber radiação solar, o desfazer da onda térmica é calculado segundo o número de horas que demora o calor a atravessar o muro, que deve coincidir com o número de horas de exposição ao sol da parede. A parede de trombe não dispensa uma protecção solar pelo exterior, para que este sistema só produza calor quando é necessário. Uma pala de protecção sobre o vidro e correctamente dimensionada resolve esta questão: no Inverno produz-se uma grande captação de energia porque o sol incide muito horizontalmente (aprox. 26º). No Verão, o sol incide muito verticalmente (aprox. 73º), pelo que a pala impede a radiação solar de atingir o vidro, ficando a parede inactiva. Pode tambem ser colocado um estore, que permanece aberto no Inverno e fechado no Verão, sempre colocado pelo lado exterior do vidro.

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