quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

As características da população agrícola portuguesa

Com uns níveis de rendimento e produtividade baixos, torna-se fundamental investir na modernização do sector agrícola e a torna-lo mais competitivo nos espaços nacional e europeu.
É preciso fazer estudos prévios aos solos de forma a adequar a aptidão dos mesmos ao seu uso.
Por exemplo, no sistema extensivo, a utilização do pousio absoluto, sem recurso às culturas forrageiras ou às pastagens artificiais, provoca a erosão dos solos.
A prática exclusiva da monocultura agrava a situação, pois conduz ao esgotamento de determinados elementos nutritivos do solo, essenciais ao desenvolvimento das culturas, tornando-o cada vez mais pobre.
Por outro lado, no sistema intensivo, a utilização inadequada de fertilizantes químicos e pesticidas contamina os solos, provocando uma diminuição da sua fertilidade (o preço reduzido do adubo faz com que alguns agricultores pensem que “quanto mais colocarem nas hortas, mais crescem as suas couves...”).
É necessário melhorar a produção, elevando o rendimento, aumentando a produtividade, recorrendo para tal ao emparcelamento de terrenos, ao alargamento do regadio (veja-se o exemplo do Alqueva).
A produção pode-se diversificar, apostando em novos produtos, ainda não existentes no mercado.
A Especialização da agricultura permitirá adequar as culturas às condições ambientais, melhorando a sua rentabilidade e diminuindo os custos de produção.
Uma melhor cooperação entre os agricultores permitirá optimizar os recursos e equipamentos.
Controlando a qualidade dos produtos estamos a garantir a qualidade, a conquistar a confiança dos consumidores e a sua preferência.
Para valorizar os nossos recursos humanos, teremos de dar incentivos aos jovens agricultores, rejuvenescendo o tecido empresarial agrícola. A formação profissional dos agricultores também é importante, tendo sido apoiada por vários programas comunitários. Porém a adesão dos agricultores depende dos incentivos e do tipo de formação proposta.
Não nos podemos esquecer de acertar o passo com a Europa, nomeadamente tendo em conta a PAC. Em 1992 procede-se à reforma da PAC visando a diminuição dos excedentes, a redução dos preços e a promoção de um maior respeito pelo ambiente. Infelizmente, tal facto criou alguns condicionalismos à nossa agricultura, que viu limitadas algumas produções. O sistema de repartição dos apoios beneficiou mais os grandes agricultores e o custo dos investimentos nos projectos endividou alguns agricultores portugueses.
Quando se prevê um alargamento da União Europeia a leste, devemos pensar em melhorar acima de tudo a qualidade dos nossos produtos. É inevitável a chegada a Portugal de fruta, produtos hortícolas ou mesmo de produtos lácteos a preços muito mais baixos que os nossos. Isso até já é evidente e mal nos apercebemos quando estamos a comprar produtos Espanhóis, Franceses, a preços muito mais competitivos. Espanha, então , dada a sua proximidade geográfica, tem “entrado” em Portugal como se tratasse de uma invasão esperada à centenas de anos...
A agricultura deve também ser integrada no desenvolvimento das áreas rurais, pela potencialização dos recursos naturais, pelo desenvolvimento do turismo em espaço rural, pelo incremento do comércio, pela criação de emprego, fixando a população jovem e travando as assimetrias regionais.

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