quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Impacto da adesão à Comunidade Europeia no sector agrícola

O sector agrícola portguês comparado com outro de outro país que integra a UE é um grande "buraco", visto que em vez de trazer benefícios para a economia em geral, apenas a faz estagnar, ou pior, traz prejuízos.
Os objectivos da primeira PAC visavam o aumento da produtividade agrícola, o melhoramento da população agrícola, garantir a segurança de mercados (em relação aos produtos agrícolas) e garantir os progressos técnicos.
Desta forma, a agricultura deveria ser um pilar para a economia de todos os estados membros, e por isso, essencial para a vida social das populações.
Esta situação verificou-se até a UE se ter tornado auto-suficiente e, ao mesmo tempo, excedentária.
Após a depressão de 1929 na CEE vigorava um certo liberalismo económico e as medidas proteccionistas não se impunham como uma necessidade urgente e necessária. Quando se começou a verificar uma maior concorrência por parte de outras potências emergentes, como os EUA, as medidas proteccionistas tiveram, mesmo, de ser impostas.
Portugal não podia ter entrado na pior altura para integrar a UE, visto que esta já tinha entrado no processo de abrandamento e redução da produção de produtos agrícolas.
Este fenómeno não foi muito saudável, rentável e próspero para Portugal, visto que as nossas intenções eram de aumentar a nossa capacidade de produção (e desta forma aumentar o PAB e o PIB) e foi-nos posto um autêntico "travão" nesta dinâmica.
A juntar a este facto, ainda se sabe que os nossos agricultores são demasiado idosos e, consequentemente, sofrem das mazelas da idade, que se traduzem por uma diminuição da eficiência e por um espírito de dinamização menor.
Como supostamente todos os agricultores devem ser e são considerados "agentes económicos racionais", os nossos deveriam ser substituídos por outros mais inovadores e mais jovens (de preferência!), de modo a que, apesar das condicionantes que nos foram impostas à partida (como o facto de termos sofrido uma "paragem brusca" na produção, sem antes ter experienciado os prazeres e deleites que uma viagem comporta), possamos singrar na agricultura.
O facto de termos aderido à UE trouxe-nos a este nível, muito poucas vantagens, visto que não temos o quantitativo necessário (tanto económico como em mão-de-obra) para competir com outros países. Assim sendo, nunca beneficiamos das quotas mais elevadas, nem dos subsidios mais elevados e, por conseguinte, nunca evoluimos!
Assim, só posso considerar que a adesão à UE só foi benéfica em (muito!) poucas coisas que se podem contar pelos dedos das mãos. Esta situção foi o resultado que se traduziu na atitude de desprezo que a UE teve em relação a Portugal (que tem inúmeras capacidades para se dinamizar a todos os níveis).

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