quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O predomínio dos minifúndios

As áreas rurais portguesas não deixam dúvidas quanto à sua delimitação.
Nos últimos 50 anos tem-se verificado um abandono progressivo das pessoas, que se deslocam para a cidade ou para as áreas metropolitanas à procura de melhores condições de vida.
E alguém os culpa? Ninguém pode. Neste momento não existem quaisquer apoios financeiros para aqueles que decidem ter uma vida mimnimamente ecológica e sustentável.
A grande heterogeneidade das estruturas agrárias é explicada por uma conjugação de diversos factores de ordem física (como o relevo, a altitude, o tipo de solo, o clima, etc) e ainda de ordem humana (como a dimensão da propriedade e as formas de exploração).
Actualmente existe um grande predomínio de minifúndios que é explicado por factores como: o facto da terra/solo no Norte Litoral (local onde se localizam maioritariamente os minifúndios) ser fértil e, por isso, constituir uma maior procura para a mão-se-obra agrícola.
Para travar este aumento desregrado dos minifúndios, os agricultores podiam apostar no emparcelamento (evitando a prática da policultura, destinada, essencialmente, para o auto-consumo, e especializando-se em uma ou mais culturas com mercado suficiente para a excoação desses mesmos produtos) e, de seguida, nas cooperativas, como forma de aumentarem os lucros de produção e diminuirem os custos de produção.
Mas como tudo neste país, este processo é lento e demorado devido à tacanhês dos agricultores (e dos portugueses em geral), e também devido à falta de incentivos que se verifica por parte dos nossos ilustres ministros e sucessivos governos, que só lucrariam se apostassem no desenvolvimento do sector primário, diminuindo, assim, a nossa dependência ao nível de produtos agrícolas. Mas, em vez disso, apostamos em estádios de futebol, estradas e pontes, que aumentam imenso as oportunidades de emprego e a nossa oportunidade de desenvolver o nosso mercado interno em condições!
Propostas deviam ser apresentadas, no sentido de valorizar as áreas rurais tendo em vista um desenvolvimento sustentável e de apresentar soluções legitimadas e fundamentadas para a resolução dos problemas do espaço agrário português.

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